quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Rumo à Curitiba!

O seguinte texto é um relato sobre uma viagem até Curitiba, onde os membros da Corja Andréa e Luma, acompanhadas da amiga Norma, foram prestigiar o Festival Internacional de Cinema Super 8 de Curitiba. Lá encontraram o Edinho, convidado pelo Festival para prestigiar a exibição do curta que dirigiu: Ópera de Arame.

(por ANDRÉA ISEKI)


Rumo à Curitiba!

Luma, Norma e eu, saímos de Santo André às 5:30 da manhã de sábado, confesso que estava ansiosa, meu único contato com o super 8 (formato cinematográfico desenvolvido nos anos 60), eram os filmes que meu pai gravara na minha infância e dos meus irmãos, e em viagens e eventos importantes. Faz tempo, não lembro, vagamente a exibição, não o filme, mas a parede da escada e jujubas coloridas.
Meu amigo, Edinho, insistiu que os levasse, não me agradou a ideias, inventei até que podia pegar fogo, o azar era que a organizadora estava ao seu lado, e logo mandou a pergunta:
- Nossa é de nitrato?
Não, não é de nitrato, e não pega fogo! pensei
Me convenceram, no porta-malas do carro os rolos de filmes, não entedia o incômodo, talvez medo de perder o material. Após 6 horas dirigindo, a conclusão: expor a intimidade familiar numa sala de exibição de um festival internacional, isso é muito pra uma pessoa tímida.

Chegamos ao meio dia, encontramos com o Edinho e a equipe do Festival, na churrascaria Gira Grill, ao lado do Teatro Guairá, bem recebidos por Manuela e Flávio, ambos curitibanos e produtores do festival. Após o almoço, paramos num charmoso café, conversamos um pouco sobre cultura, política, impressões, vida e claro muitas risadas. Seguimos para o Largo da Ordem, na caminhada: apresentações turísticas.
- Lindos! Voltamos ao hotel.

O evento foi no Teatro Caixa de Curitiba com capacidade para 125 pessoas. Os ingressos eram distribuídos com uma hora de antecedência, segundo o Edinho, muitos ficaram pra fora no primeiro dia, pelo simples fato de que o responsável pelo teatro Caixa, não permitia assistir a mostra em pé, nem sentado nas laterais ou nos corredores, como acontece aqui em São Paulo.
- É! E a formação de público, Caixa?!

Enfim, lá estávamos no segundo dia do festival, era o nosso primeiro! Obaaa!!

O que me surpreendeu foi a quantidade de superoitistas, a seriedade dos trabalhos e o melhor, o barulho do projetor na sala, comandada por Lucas Vega com suas luvas brancas, que às vezes gritava: - Acende a luz que o filme saiu! - A banda de Áudio descolou! - O projetor sujou! Preciso rebobinar! E o mais incrível, todos estavam curiosos e a sala observa em silêncio o cuidadoso trabalho artesanal, a arte de projetar!

Sinceramente, não tinha idéia da diferença do super 8 com o single 8.

Após a sessão dos filmes de Cláudio Caldini, detalhe, originais. Hoje eu quero estudar mais, dirigir um curta em super8. Me lembrei da época em que trabalhava em um laboratório fotográfico preto e branco e das grande possibilidades de efeitos, das experiências, dos estudos, e do dia que fui a exposição da fotógrafa Claudia Jaguaribe com obras de múltipla-exposição, da câmera pendurada no elástico, e das loucuras que também um dia pensei!
- Gente, apaixonei!!

E sabe...mudando de assunto, mas não menos importante! Fomos comer no Parangolé! A noite finalizou com cerveja gelada e uma maravilhosa e suculenta lasanha de funghi! Ah, Curitiba, você me conquistou!!

No dia seguinte... hum, acho que eu não vou contar o que aconteceu, assumo a culpa! Quer dizer, não aconteceu nada. O dia foi legal, bacana, o céu estava azul, conhecemos o museu Oscar Niemeyer, e é claro eu tinha que comprar os meus biscoitos prediletos. São de nozes, especiais e só tem lá longe, no Bosque do Alemão! Se vocês acharem na feirinha do Largo da Ordem lá no centro, não, não são os mesmos! Mesmo que você tenha uma Norma que insiste dizer que são sim, os mesmos!!

Enfim o Home Movie Day, no começo me senti insegura, mas agora, acho genial a idéia de reunir filmes caseiros de anônimos para exibir. É uma conscientização de valores, culturais e históricos que esses filmes possuem. Aqui entre a gente... chorei pouquinho, por dentro! Observei as expressões da organizadora Lila, seus os olhos brilhavam, as pessoas deste evento trabalham movidas de paixão...
Acho que posso definir o Home movie day, com a mesma resposta que dei há mais de quinze anos.
- O que é ser fotógrafa?
- É conseguir anos mais tarde, te descrever fielmente um fato, sem esquecer nenhum detalhe!
Essa é a minha impressão sobre o Festival que pretendo participar sempre!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Premiados na sexta ediçao do Festival Internacional de Cinema Super 8 de Curitiba

(por ANDRÉA ISEKI)

O encerramento do Festival Internacional de Cinema Super 8 de Curitiba aconteceu no último sábado (24). É a sexta edição do evento, que é organizado pela equipe do Curta 8 com coordenação e curadoria de Leandro Bossy, e a primeira edição do Home Movie Day ( “Dia do Filme Caseiro”), organizado por Lila Foster.

Foram três dias de programação, divididos em Mostra Competitiva de Filmes em Tomada Única, Mostra Competitiva de Filmes Montados em Película, Mostra Competitiva de Filmes Finalizados em DVD, Home Movie Day e exibições dos curtas dos cineastas Cláudio Caldini de Buenos Aires, Cyro Matoso do Paraná e do fotógrafo brasileiro Celso Luck Junior.

Segue a lista dos premiados:

Melhor filme estrangeiro
6 poemas, de Isabelle Wuilmart (Bélgica)


Melhor Filme júri oficial finalizado em vídeo
Supermemórias , de Danilo Carvalho (CE-Brasil)


Melhor Filme Júri Popular e Montagem em Película
Filhos da Puta, de Gil Baroni (PR-Brasil)


Melhor Filme Tomada Única Júri Oficial e Melhor Atuação
Iaia et Leni, de Eugenia Castello (PR-Brasil)


Melhor Fotografia
Teia , de Jessica Candal (PR-Brasil)


Melhor Sonorização e Produção de Arte
Eleonora, de Denise Soares (PR-Brasil)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Revitalização do Carlos Gomes ainda é incerta e preocupa cineastas locais

Publicado em: 25/10/2010 18:10
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Faltando apenas dois anos para completar seu centenário, o projeto de reforma para abrigar um centro cultural não teve início

GABRIELA GONÇALVES, JARIZA RUGIANO, MARINA MACIEL

O número de cinemas de rua diminui com as salas anexadas aos shoppings, onde há maior oferta de entretenimento. No ABC, devido à falta de investimentos em infraestrutura e segurança, não há mais nenhuma sala de projeção fora de centros comerciais. Além de filmes com melhor qualidade de resolução e tecnologia da imagem (3D), no comércio fechado as pessoas também podem realizar outras atividades, como compras em praça de alimentação e lojas, o que tornou as grandes salas mais atrativas.

O cine-teatro Carlos Gomes, no Centro de Santo André, ilustra essa situação. Fundado pelo Conde Vicente Arnaldi, em 1912, na rua Coronel Oliveira Lima, o cine-teatro foi transferido para seu atual endereço, na rua Senador Fláquer, em 1925. Como outros cinemas do ABC, teve sua decadência nos anos de 1980, quando passou a exibir filmes adultos. Logo foi vendido para uma loja de tecidos e, em seguida, para um estacionamento. Em 1992, o espaço foi tombado e adquirido pela prefeitura da cidade. Desde 2008, o local está fechado pela Defesa Civil por possuir problemas de infiltração, na parte elétrica, nos banheiros, segurança ineficiente, falta de saída de emergência e de acessibilidade para deficientes.

Apesar destes problemas, o projeto de revitalização do Carlos Gomes segue há 11 anos com propostas incertas de continuidade, desde a administração de Celso Daniel até o atual governo de Aidan Ravin.

Em entrevista concedida há dois meses para o jornal Diário do Grande ABC, o secretário Edson Salvo Melo declarou que a reforma poderia começar no início de 2011 com custo estimado em até R$ 2,5 milhões. A intenção, segundo o jornal, era conseguir parceria com a iniciativa privada para o local abrigar um centro cultural relacionado ao cinema e ser sede da Orquestra Sinfônica de Santo André e da Escola Livre de Cinema e Vídeo (ELCV), além de ministrar outros cursos.

A assessoria de imprensa da secretaria de Cultura da cidade, no entanto, não confirma a informação e diz não haver demanda para o plano de reforma do cinema, evidenciando que a obra está parada.

Na opinião de três cineastas do coletivo Corja Filmes, formados pela ELCV e que tiveram aulas no Carlos Gomes, os antigos cinemas alternativos do ABC continuarão ocupados por igrejas e bingos.

“Quando foi fechado, não foi nem comunicado aos alunos que estávamos mudando de endereço. Está do jeito que foi fechado, inclusive com nossos objetos das produções, como tapete, vaso, arara de roupas”, contou Edson Costa, formado em 2009. Costa também lembra que o atual secretário da Cultura se comprometeu, por meio de reuniões com os alunos quando assumiu o cargo, que iria voltar com a sede da ELCV no cine-teatro depois da reforma.

Hoje, a ELCV fica na Chácara Pignatari, na Vila Metalúrgica. O acesso é mais difícil por ser mais distante do Centro, onde há transporte por meio de trens e ônibus para o restante do ABC e São Paulo.

Os profissionais da área também se preocupam com uma eventual elitização do local, caso o projeto seja realmente tocado pela administração da cidade. “Todos os boatos mostram que não será um espaço popular. Se vier um acionista que irá transformar o cine-teatro em um Alfa, não vamos ter acesso. Se vier a sede da Orquestra Sinfônica nos moldes da Sala São Paulo, o ingresso ainda estará lá em cima. Eles não pensam no produtor cultural da cidade”, declarou Costa.

A troca de governos é um dos motivos pelos quais os projetos não são finalizados, desencadeando uma série de ideias que após quatro anos entre aprovação e contatos com patrocinadores não são concluídas. “Mudou a prefeitura, a proposta acabou”, contou Ângelo Szamszoryk, estudante de cinema que fez parte da turma de transição do Carlos Gomes para a atual sede.

Os cineastas consideram importante a contemplação tanto do cinema como das artes cênicas, dança e música para formar um centro cultural rico na cidade, como argumentou Costa. “Quanto mais englobar, mais efervescência cultural vai ter. Santo André tem problema na formação de público, mas não de produção”, avalia.

O desejo de retornar por parte dos alunos é grande. “A nova turma de alunos não teve nenhum contato com o Carlos Gomes e a gente da turma anterior fica com muita vontade de voltar”, afirmou Ângelo. Os alunos reclamam por não saber sobre o andamento dos projetos de revitalização. “Ninguém sabe o que está acontecendo de fato. Se questionar se há investimento, a gente não sabe. O Carlos Gomes foi citado como uma possível volta messiânica”, completou.

A cineasta Luma Reis também reforçou a ideia da falta de uma rota central cultural no ABC. Ela mostrou ceticismo quanto à revitalização, lembrando do projeto Corredor Cultural, até hoje não realizado. “O corredor iria ligar a UFABC (Universidade Federal do ABC) até o Centro por um túnel subterrâneo, e com uma saída até o Carlos Gomes. Foi um projeto que, se tivesse fomentação e iniciação pública, seria incrível”, disse.

Os três cineastas já gravaram filmes no Carlos Gomes e sentem falta de espaços para chegar ao público. “Uma hora precisamos saber onde é que os filmes serão exibidos. Cineclube é uma ótima forma para exibição, mas não alcança público como uma sala específica. No Brasil, a sala de distribuição pública é a saída”, afirmou Ângelo. “O último filme que eu dirigi, gastei R$ 100 e circulou por cinco festivais, mas, em Santo André, não tem onde exibir”, disse Costa.

Adesão pública - Questionados sobre a pesquisa divulgada pela Folha de S.Paulo na última quarta-feira (20/10), em que 60% da população da capital paulista não tem interesse por cultura, como cinema e teatro, Ângelo confrontou. “Dou aula de cinema para um público que não tem predileção a cultura nenhuma. Quando eu pego um filme que o expectador médio gosta, eles dormem. Se a pergunta fosse ‘qual é o tipo de cultura que você se interessa?’, a resposta seria outra”, acredita.

Os três reconheceram a necessidade de apoio do poder público. Edson garante a vontade do grupo em produzir longas e curtas para a população andreense. “Não queremos fazer filmes para ficar na estante, queremos outras forças de realizadores ou dos que estão começando. A gente tem desejo de passar isso adiante, não queremos para a gente, queremos para todos”. Para isso, eles têm parcerias com outros grupos da ELCV, como o Cinestésicos e o Cinema de Guerrilha.

Eles concordaram, também, que o cine-teatro Carlos Gomes seria o lugar mais propício da cidade para a apresentação de seus trabalhos. “É uma nova cena de cinema independente brasileiro, em que predomina a praticidade, sem foco principal na estética, desempenhando com rapidez e de baixo custo. Mas a população tem que requerer isso também”, afirmou Ângelo.

Tempos de glória - O antigo cinema tem capacidade para 680 expectadores, mas atualmente sua fachada serve apenas como ocupação da feirinha de artesanato da rua. Antes palco para exibição de produções da Companhia Vera Cruz, de São Bernardo, das comédias de Mazzaropi e de apresentações musicais, o Carlos Gomes era conhecido pela 'Sessão do Amendoim', na qual os rapazes consumiam o petisco que era vendido na porta.

OBS: No link da matéria há cobertura também em video.


http://www.metodista.br/rronline/noticias/entretenimento/2010/10/revitalizacao-do-carlos-gomes-ainda-e-incerta-e-preocupa-cineastas-locais

Nostalgia em Super 8

Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC

Em tempos em que a tecnologia tem atraído a atenção do mundo do cinema, ainda há espaço para nostalgia. O diretor Edson Costa deixou de lado a alta definição para apostar na película com o curta-metragem Ópera de Arame (2008), selecionado para fazer parte da programação deste ano do Festival Internacional de Cinema de Super 8, em Curitiba. As atividades do evento começam amanhã, com a sessão do filme ocorrendo na noite de abertura como parte da mostra competitiva.

"O diferencial do festival é que ele é muito focado. Vamos exibir para quem conhece o Super 8 e trocar experiência com quem trabalha com ele. Não será apenas uma exibição", diz o cineasta paulistano. O curta é um projeto da Corja Filmes, núcleo independente de realizações audiovisuais de Santo André, da qual Costa faz parte desde 2007.

Ópera do Arame nasceu em 2008 como trabalho de conclusão de curso dos então alunos da Escola Livre de Cinema e Vídeo de Santo André. A proposta de filmar em Super 8 logo foi aceita pelos estudantes. "Chegamos ao formato pela curiosidade. Todo o filme foi construído para esse estilo de filmagem", explica o formando da turma três da entidade. "A experiência fez com que nos apaixonássemos pela técnica e ainda mais pelo cinema."

Gravado em três dias em São Bernardo - devido ao aluguel dos equipamentos -, o curta toma como ponto de partida as complicações dos relacionamentos. Um casal vive junto, mas a dura rotina faz com que quase não tenham contato um com o outro. O fim da união entre eles marca o início da quebra da rotina para tentarem ficar mais próximos do que nunca. Com apenas quatro frases e pouco mais de dez minutos de duração, Ópera de Arame foi finalizado no ano passado e já circulou por alguns festivais nacionais. Apesar de ter sido gravado em Super 8, a edição foi feita em sua versão digitalizada.

O papel de diretor chegou até Costa por meio do rodízio de funções que caracteriza o núcleo audiovisual. Segundo ele, seu argumento e roteiro acabaram prevalecendo e a direção se tornou algo natural. "Eu cozinhei, lavei louça e fiz outras funções, mas tive maior espaço para criar."

A experiência em lidar com película fez com que valorizasse mais esse tipo de produção. Ao contrário do meio digital, no qual é possível ver o material e regravar quantas cenas forem necessárias, o projeto não abriu margem para falhas. "Não podíamos errar o que seria feito porque comprometeria o filme inteiro. Quando víamos que a filmagem tinha funcionado era um grande alívio", revela Costa.

A novidade do contato com o Super 8 agradou e o diretor tem projeto para ser filmado no formato no ano que vem. "O filme foi um grande aprendizado para todos os envolvidos. Hoje sabemos que temos a capacidade de filmar em película", afirma. O resultado satisfatório com o curta-metragem confirma isso.

http://www.dgabc.com.br/News/5835996/nostalgia-em-super-8.aspx

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ópera de Arame estará no Festival Curta 8

O Curta-Metragem Ópera de Arame, uma produção da CORJA FILMES, dirigido por Edson Costa estará no Festival Curta 8 - Festival Internacional de Cinema Super 8 de Curitiba.
O Curta 8, único do gênero no Brasil, chega à sua sexta edição e ocorre de 22 a 24 de outubro no teatro da Caixa Cultural Curitiba: Rua Conselheiro Laurindo, 280 - Centro.

Confira fotos do curta Ópera de Arame em: Bastidores