terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Lex, Padilha, Política, Ibermidia

Nova Rouanet chegando.
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/843207-nova-lei-rouanet-e-aprovada-em-comissao-da-camara.shtml
http://www.cultura.gov.br/site/2010/12/09/nova-lei-rouanet-vence-teste-inicial/
http://www.cultura.gov.br/site/2009/12/15/nova-lei-rouanet-5/
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3644363-EI6581,00-Integra+do+projeto+da+Nova+Lei+Rouanet.html

Lei do Audiovisual - MP 501 com emenda pra prorrogar o artigo 1°.
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/843109-lei-do-audiovisual-tem-prorrogacao-aprovada-na-camara.shtml
http://www.cultura.gov.br/site/2010/12/13/lei-do-audiovisual-2/
http://www.abert.org.br/site/index.php?/Clipping-2010/camara-aprova-prorrogacao-da-lei-do-audiovisual.html
http://www.annaramalho.com.br/news/index.php?option=com_content&view=article&id=3185:classe-cinematografica-se-une-pela-aprovacao-da-medida-provisoria-501&catid=43:home&Itemid=167

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Padilha e a megaprodução. Sim, da pé fora de Governo - mas pra muita gente o pé é tamanho 56. Quando é que vão parar de confundir indústira de cinema com mercado de cinema - em que existem pequenas soluções de marketing, também (e o único resultado não é sempre lucro)?
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/842567-diretor-jose-padilha-defende-os-mega-lancamentos.shtml

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MinC atrasa, será a política dança das cadeiras?
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/842958-ministerio-da-cultura-justifica-atraso-em-pagamentos.shtml

Na dança do Juquinha, ele sai pra historiadora Heloísa Starling entrar?
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2010/12/10/lobby-de-juca-ferreira-causa-mal-estar-no-pt-923250466.asp
http://www.interessepublico.org/paginas/coordenacao.htm
http://historica.me/video/entrevista-com-heloisa
http://www.ufmg.br/online/arquivos/014898.shtml

ANCINE assina com Incaa.
http://www.telaviva.com.br/09/12/2010/ancine-e-incaa-da-argentina-assinam-protocolo-para-estimular-coproducoes/tl/207425/news.aspx
http://www.ancine.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=65467&sid=83
http://cinema.uol.com.br/festival-do-rio/2010/ultimas-noticias/2010/10/01/fundo-conjunto-entre-ancine-e-incaa-fomentara-coproducoes-entre-brasil-e-argentina.jhtm
http://www.ancine.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=65237&sid=83
http://www.ancine.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=688&sid=83&year=2004

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Ibermídia, aê.
http://www.telaviva.com.br/09/12/2010/programa-ibermedia-abre-a-primeira-convocatoria-de-2011/tl/207438/news.aspx
http://www.programaibermedia.com/langpt/index.php
http://www.ancine.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=148

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Mostra de alunos da ELCV



No próximo sábado - dia 04 de Dezembro - 19h - acontecerá a exibição dos trabalhos realizados pelos alunos da Escola Livre de Cinema e Vídeo / Turma-5.
LOCAL:
AUDITÓRIO HELENI GUARIBA
(anexo ao Teatro Municipal de Santo André)
Praça IV Centenário, s/nº - Paço Municipal
Centro - Santo André
e no dia...

09 de Dezembro - quinta - 19h - receberemos a 22ª MOSTRA DO AUDIOVISUAL PAULISTA, numa parceria entre a Escola Livre de Cinema e o realizador Francisco Cesar Filho (Chiquinho). A 22ª Mostra do Audiovisual Paulista é um evento que prestigia todas as manifestações audiovisuais brasileiras. Estão presentes lançamentos e destaques da última safra paulista de curtas-metragens, séries de TV, videoclipes, making of´s, vinhetas, videoinstalações, demos, promos, webséries e performance musical.

LOCAL:
AUDITÓRIO HELENI GUARIBA
(anexo ao Teatro Municipal de Santo André)
Praça IV Centenário, s/nº - Paço Municipal
Centro - Santo André

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Da ANCINE

Em artigo publicado na Folha de São Paulo no Dia do Cinema Nacional, diretor-presidente da ANCINE fala sobre o fortalecimento da economia do audiovisual no Brasil

22/11/10 - Em outubro, o cinema brasileiro alcançou um feito histórico: mais da metade das salas foram ocupadas por filmes nacionais. Esses filmes foram responsáveis por uma participação de público e renda superior a 60%. São números inéditos, que refletem o excelente momento vivido pelo cinema brasileiro. Este fato sinaliza que o nosso cinema é capaz de dialogar com diferentes públicos e que tem potencial para se viabilizar como uma economia sustentável. (...)

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Os cinemas serão construídos pelos Estados ou Municípios com recursos solicitados por emenda parlamentar ao Orçamento da União.

22/11/10
- A ANCINE realizou no dia 10 de novembro, no Anexo III da Câmara dos Deputados, uma apresentação para parlamentares e prefeitos do Projeto CINEMA DA CIDADE, que prevê a construção de salas de exibição em municípios com população entre 20 e 100 mil habitantes. Atualmente há mais de mil cidades brasileiras desse porte sem nenhum cinema em funcionamento. Estiveram presentes no evento os Deputados Chico Alencar (RJ), Chico Lopes (CE), Pedro Wilson (GO), Fátima Bezerra (RN) e Sergio Barradas (BA), além de assessores parlamentares, Prefeitos e Secretários de Cultura de diversas regiões do País.

O Projeto Cinema da Cidade faz parte do CINEMA PERTO DE VOCÊ - Programa Integrado de Expansão do Parque Exibidor, criado para ampliar o mercado interno de cinema e acelerar a implantação de salas em nosso país. Trata-se de uma ação coordenada pelo Ministério da Cultura e pela ANCINE, em parceria com o BNDES e o Ministério da Fazenda. O programa, que foi lançado em junho deste ano, em Luziânia (GO), pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem como meta a abertura de 600 novas salas no país até 2014, sobretudo nas periferias dos centros urbanos, em cidades médias do interior e nas regiões Norte e Nordeste, estimulando empreendimentos privados no setor.

Os cinemas serão construídos pelos Estados ou Municípios com recursos solicitados por emenda parlamentar ao Orçamento da União. A Prefeitura ou o Estado participa cedendo um terreno ou imóvel, e também com a redução de tributos incidentes sobre a operação das salas. A construção terá orientação técnica da ANCINE e acompanhamento do agente financeiro. Para garantir a viabilidade financeira do empreendimento, haverá espaços comerciais e de serviços junto aos cinemas, e as salas de exibição poderão ter seu uso estendido para outras ações educativas ou culturais.

O CINEMA DA CIDADE é um projeto que muda o cotidiano da cidade, contribui para a geração de empregos e proporciona maior qualidade de vida aos cidadãos. As salas serão equipadas com tecnologia moderna, poltronas confortáveis, projetores digitais de alto desempenho, som e imagem de qualidade. Desta forma, estarão aptas a receber filmes no dia do lançamento, como ocorre nas grandes cidades. O cinema nacional também se beneficia com o projeto, já que a população se identifica com os filmes brasileiros.

Para Manoel Rangel, diretor-presidente da ANCINE, “os 80 filmes brasileiros de longa-metragem nacionais que são produzidos a cada ano precisam ir ao encontro do público, sobretudo diante do crescimento da Classe C, que deseja consumir bens culturais. Precisamos levar sonho e cultura a mais brasileiros.”

Saiba mais sobre o Programa CINEMA PERTO DE VOCÊ: www.ancine.gov.br/cinemapertodevoce

Leia aqui o Passo-a-passo das emendas parlamentares e outras informações sobre o Projeto CINEMA DA CIDADE.

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Novos procedimentos vão melhorar qualidade das informações recolhidas e beneficiar projetos que usam mecanismos federais de incentivo

22/11/10 - Foi prorrogada até o dia 31 de janeiro de 2011 a consulta pública sobre a Instrução Normativa que regulamenta a elaboração, a apresentação e o acompanhamento de projetos de obras audiovisuais brasileiras de produção independente que utilizam mecanismos de incentivo fiscal, e revoga a IN 22.

O objetivo geral da nova IN é tornar os procedimentos de aprovação, acompanhamento e fiscalização de projetos pela ANCINE mais adequados às novas circunstâncias e modelos de negócio vigentes no setor, simplificando e aperfeiçoando a gestão dos mecanismos de incentivo usados pelos agentes econômicos do setor audiovisual.

Entre outras medidas, a minuta da nova IN estabelece que o procedimento de aprovação de um projeto para captação de recursos incentivados na ANCINE passa a ser constituído de duas etapas distintas: Habilitação e Análise Técnica. A minuta da Nova IN também propõe a liberação de recursos para fins específicos de Desenvolvimento de Projetos Audiovisuais.

Para participar da Consulta Pública, visite o Portal ANCINE ou clique aqui

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Unidades de São Paulo e Brasília oferecem serviços diversos, como registro de obras

22/11/10 - Em setembro a ANCINE inaugurou seu Escritório regional em São Paulo, com a presença do diretor-presidente Manoel Rangel e de representantes da inústria do cinema e do audiovisual. Base de representação institucional junto aos órgãos públicos e privados, o espaço oferece serviços para agentes do setor, como registro de obras e empresas, e orientações sobre editais de fomento e demais mecanismos de apoio, entre outras atividades. A equipe do escritório também está apta a realizar avaliações prévias de questões e documentação a serem analisadas pelo escritório central da Agência, no Rio de Janeiro. No mesmo dia entrou em funcionamento também o Escritório Regional da ANCINE em Brasília, cidade onde fica a sede da agência.

São Paulo - Rua Formosa 367, conjunto 2160, Centro, Vale do Anhangabaú 01049-911 - São Paulo/SP -
Tels.: (11) 3014-1400. escritorio.sp@ancine.gov.br

Brasília - SRTV Sul Conjunto E, Edifício Palácio do Rádio, Bloco I, Cobertura 70340-901 - Brasília/DF -
Tels.:(61) 3325-8776. escritorio.df@ancine.gov.br

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Norma da ANCINE vale para obras produzidas com recursos federais de renúncia fiscal

22/11/10 - A Deliberação nº 95 estabelece limitações e critérios à transferência de direitos patrimoniais e de direitos de exploração comercial de obras audiovisuais produzidas com recursos obtidos através de renúncia fiscal por meio dos mecanismos de fomento instituídos pela Lei 8.685/1993 e pela MP nº 2.228-1/2001.

Com a deliberação, as empresas produtoras proponentes passam a ter, no mínimo, percentual correspondente a partição dos seus direitos sobre a obra, independente do segmento de mercado e do território a ser explorado. As empresas emissoras ou programadoras também têm o direito de realizar a primeira escolha e a última recusa, enquanto perdurar o direito contratual de exploração comercial e de comunicação pública.

Consulte aqui a íntegra da deliberação.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Semana do Audiovisual de São Caetano

A Secretaria Municipal de Cultura de São Caetano do Sul, por meio da Coordenadoria Municipal de Juventude realizará de 22 a 25 de novembro, sempre às 19h30, a Semana do Audiovisual e a V Mostra das Oficinas de Cinema em Vídeo, no Centro de Referência da Juventude - Estação Jovem.

A Semana do Audiovisual tem o objetivo de incentivar a produção do audiovisual da região e o debate sobre o tema, através da troca de experiências entre palestrantes e público. A inscrição antecipada pode ser feita pelo telefone 4226-5720.


PROGRAMAÇÃO COMPLETA:

22/11 (segunda) - Bate-papo: O Audiovisual na Região - Produção de Grupos e Coletivos
O Bate-papo tem o intuito de discutir ideias sobre o audiovisual na região do ABC, bem como a experiência dos grupos e coletivos na produção de curtas, vídeos e documentários, suas conquistas e dificuldades e como desenvolver atividades de produção e difusão do audiovisual nas cidades envolvidas.

Convidados: Angelo Szamszoryk, Diaulas Ulysses, Diego Urbaneja, Lexy Soares, Sérgio Pires, Vébis Junior e Alex Moleta (mediador)

23/11 (terça) - Bate-papo: O Audiovisual na Web - Produção de Baixo Orçamento
Nesta noite, será discutido o mercado do audiovisual na internet, suas especificações, seu público, sua produção e sua divulgação como forma de difundir e intensificar informações, dando foco para produções de baixo orçamento, como por exemplo: webfilm, websérie, vídeo minuto, vídeo celular e o vídeo cast.

Convidados: André Saito, Diego Franco, Marcelo Garcia e Alex Moleta (mediador)

24/11 (quarta) - Bate-papo: Cinema Brasileiro Hoje
Buscando mostrar um pouco da realidade do cinema brasileiro hoje os convidados dividirão suas experiências com o público, contando um pouco sobre as mudanças, conquistas e dificuldades enfrentadas na produção, no roteiro e principalmente na receptividade do público.

Convidados: Emerson Muzeli, Francis Vogner, Francisco Conte e Alex Moleta (mediador)

25/11 (quinta) - V Mostra das Oficinas de Cinema em Vídeo
Exibição dos curtas produzidos pelos alunos da oficina de Cinema em Vídeo, realizada pela Secretaria de Cultura de São Caetano do Sul, que contou com 4 módulos diferentes: roteiro, direção, produção e fotografia cinematográfica.


Local: Centro de Referência da Juventude - Estação Jovem - Rua Serafim Constantino, s/nº (em cima do terminal rodoviário Nicolau Delic) - Centro - São Caetano do Sul

Entrada: Gratuita

Morre Dino de Laurentis

Este ano está sendo o ano de partida de importantes pessoas do Cinema. Agora se vai Dino de Laurentis, produtor italiano de vasta e variada obra ("Arroz Amargo", "A bíblia", "Europa 51", "As bruxas", "Barbarella", "O ovo da serpente", "O ano do dragão", "Zona morta", "Na época do ragtime", "Conan, o bárbaro", "Flash Gordon", "Duna", "Serpico", "Os três dias do condor" - http://www.imdb.com/name/nm0209569/ ). Ganhador de dois Oscars pelos filmes com direção de Federico Fellini, "A estrada da vida (La estrada - 1954) " e "Noites de Cabíria (Le notti di Cabiria - 1957)".

Também produtor em colaboração com Carlo Ponti em muitos filmes, como “Guerra e paz", com direção de King Vidor. Com Audrey Hepburn e Henry Fonda, o mesmo filme também fazia notória sua habilidade de trazer às produções estrelas hollywoodianas.

Morre aos 91 anos, em Los Angeles, EUA, nesta quinta-feira, 11 de novembro de 2010.

sábado, 6 de novembro de 2010

MGM, Mumblecore e Monsters

MGM pede concordata. Sim, tá tudo bem no império cinematográfico, sempre esteve, sempre há de estar. Amém, amém, não se discute - ainda mais na hora dolorida em que não se quer falar muito e chorar sozinho no canto:

http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2010/11/03/-estudio-mgm-pede-concordata-nos-eua.jhtm
http://economia.estadao.com.br/noticias/not_41854.htm
http://www.mmonline.com.br/noticias.mm?url=Estudio_MGM_pede_concordata
http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/estudio-mgm-pede-concordata-nos-eua?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

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Mumblecore cai nas graças - mais um rótulo do que muito gente há muito tempo já faz, mas ninguém queria ver? Ou o bom e barato, que na verdade é a exploração criativa como se fossem migalhas de ouro, que multiplicando outras migahas, aí rola (não lembra você quando moleque, ajuntando um sacão de centavos pra comprar algo que uma simples nota de alto valor comprava)? "O que importa é a arte" - vamo vê:

http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2010/11/04/movimento-mumblecore-cai-nas-gracas-dos-grandes-estudios-chega-ao-brasil-com-estreia-de-cyrus-922947020.asp

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Monstro alienígenas com criatividade e baixo custo - e não é um remake de Spectreman ou ou mais Power Rangers no cinema:

http://www.bbc.co.uk/portuguese/multimedia/2010/11/101102_filmemonsters_pai.shtml


(por ANG)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Diário de realizador no 6º Festival Internacional de Cinema em Super 8 de Curitiba

(por EDSON COSTA)

O Festival acontece, pra mim, de forma muito especial. Trabalhando como louco em produções da Corja Filmes, ele acontece num momento de respiro, avaliações dos processos e começo de planejamento dos rumos para o próximo ano, não só o individual como o da Corja toda.
Uma coisa eu posso afirmar: este Festival Curta 8 mudou, ou melhor, me fez crescer muito como artista, apreciador e realizador de Cinema.
A primeira coisa que me despertou é que o Filme que entrou no Festival, Ópera de Arame, é um trabalho pelo qual temos muito carinho e isso se deve prioritariamente ao processo dele como um todo, da ideia até ao filme pronto. Hoje tenho total percepção de que apenas iniciamos trajetória do fazer cinema, ainda estamos engatinhando.

Me programei para estar em todas as sessões e eventos do Festival. No primeiro dia, seria a sessão do nosso filme, onde eu estaria “sozinho”, pois as meninas Andréa, Luma e Norma chegariam no segundo dia. Posso até por fora parecer seguro e tudo mais, mas, por dentro, estava muito nervoso e aflito. Este filme já passou por festivais, dois eu até consegui acompanhar, mas este era especial, afinal é de Super 8. Não tinha ideia de que teríamos tanta gente, plateia cheia e muitos realizadores presentes. Dá pra contar nos dedos os que não estavam lá, mas mesmos estes mandaram cartas e manifestos para serem lidos no debate ou na apresentação de seus filmes.

Na apresentação do filme, convidei amigos de Curitiba pra me acompanhar, para me sentir mais seguro. Na apresentação, voz trêmula, mas aí já não é mais insegurança, já era emoção de ver o filme numa sala lotada, num Festival de Super 8, com realizadores, pesquisadores de cinema e uma plateia muito especial, onde todos foram assistir filmes em Super 8. O detalhe é que, no primeiro dia, muita gente ficou sem poder entrar na sala, pois estava lotada.

Quando fui pra Curitiba, não tinha noção da grandeza deste Festival, que não se resume em quantidade de filmes ou salas, mas sim na troca entre realizadores, das experiências, ou mesmo na experimentação do Super 8, que é o nosso caso.
Nos Festivais em que anteriormente estive presente com o filme, Mostra Campinas(2009) e Visões Periféricas-RJ (2009), não havia público nas sessões, nem mesmo conheci um outro realizador sequer. Um outro fato é que este filme teve poucas exibições, sendo uma delas a única com a Prefeitura de Santo André, com o prefeito que geriu a cidade até 2008. Depois, com o novo gestor da cidade, Aidan Ravin, as carreiras não só deste filme, mas de todos os produzidos nas gestões anteriores, foram barradas pela prefeitura para exibições da secretaria de cultura. Entramos num exílio artístico. Filmes nos quais foram gastos recursos públicos não são aproveitados como produtos da cultura andreense, um motivo de revolta e desconforto com esta gestão.

Voltando ao Curta 8, é difícil comentar os filmes, pois fiquei impressionadíssimo com inúmeros trabalhos, onde cada um dos filmes ali exibidos e debatidos tem o seu valor de experimentalismo, com grandes soluções “criativas e técnicas” para o Super 8. “Me sentia uma criança aprendendo a falar”, mas com um enorme conforto, pela acolhida dos outros realizadores.

No segundo dia, as meninas chegaram. Fomos almoçar com os produtores dos festival e outros realizadores. Saindo do restaurante, fomos ao Paço, que é um palacete muito belo, sentamos num café na praça, e não faltou assunto. Depois, Manuela e o Flávio nos levaram às ruínas e ao Largo da Ordem. Curitiba, que é linda e cheia de História.

Na sessão do Festival, novamente pessoas ficaram pra fora, mas consegui pegar ingressos para todos, menos para mim, problema que foi logo resolvido pela produção, esta sempre presente.

Na sessão, uma Mostra dos trabalhos de Cláudio Caldini, pesquisador da fotografia em todos os seus filmes, um grande artesão na exposição do negativo. Claro que só soube disso tudo depois de cochichar com a Andréa. Eu não estava conseguindo acompanhar a sessão, então ela me mostrou a linha de raciocínio e pesquisa. Logo e depois um debate com Caldini, tudo ficou claro na minha cabeça.

Depois, novamente os filmes de realizadores das sessões competitivas, estes além das Tomadas Únicas, e finalizados em DVD, também tínhamos os montados em película. O mais impressionante é que em todas as sessões éramos surpreendidos pela criatividade, técnica e a beleza dos Super 8, os “resultados” de cores, estilos, plasticidade, estética.

Os realizadores, tímidos no debate. Todo esse conjunto de sensações se resume na paixão dos realizadores que vemos pulsar na tela ou em conversas informais, daí já sem plateia. Passeios gastronômicos por lugares incríveis onde, mesmo falando pouco e inibido para abordar outros realizadores, ouvia mais do que falava.

Nesta mesma noite, fomos, depois de jantar, para um samba (as meninas foram dormir, pois tinham viajado muitas horas e estavam muito cansadas). Ficamos até o samba fechar, esticamos num bar chamado Gato Preto, não sei a localização, mas sei que é para onde vão as “putas” de seis zonas daquela região. O mais bacana de tudo isso, sobre os lugares onde fomos e para os quais quero voltar, é que todos se misturam, conversam, onde todos podem ser o que quiser, sem falsa hipocrisia. Uma delícia. Chegando no hotel entre 6 e 7 horas da manhã, lembrei que teríamos um jogo de futebol para o qual o Rafael (Diretor de Produção) me convidou e onde jogariam a equipe de produção do festival, realizadores, jurados e convidados.

Não acreditava que todos estariam de pé, dormindo apenas 3hs, mas tive que acreditar. O Rafael me acordou, tentei disfarçar que já havia acordado, mas claro que ele não caiu! Então, vamos lá: futebol!

Não jogava bola desde o ginásio, há uns 20 anos? Nem sei, mas tudo bem, é chutar pra frente e ter sorte de acertar o gol. Os times foram formados onde disputariam Brasileiros e um outro time misto que classificaríamos como Argentinos. A maior partida de futebol que já joguei, com um valor histórico, onde entre os argentinos estavam Claudio Caldini, Andrés di Tella, e o Argentino campineiro Lucas Vega. Não posso deixar de comentar que os melhores e mais belos gols foram feitos por duas mulheres em cima dos goleiros argentinos. Lila Foster fez gol em Lucas, num gol de cobertura, abrindo o placar, e Manuela Martins cobrou um pênalti belíssimo em cima de Caldini, fechando o placar. Os Brasileiros ganharam por 9 X 7 em cima dos Argentinos, mesmo depois de muitas trocas por reforços para o time argentino.

Depois da partida, corri para encontrar as meninas e aproveitar um pouco a cidade antes das últimas sessões. Voltando às pressas, chegamos à sessão do Home Movie Day (dia dos filmes domésticos), onde teríamos um filme que o pai da Andréa Iseki gravou quando ela tinha uns 4 anos. Na noite anterior à chegada das meninas em Curitiba, liguei para a Andréa trazer os filmes que ela tinha de Super 8, pois teria uma mostra de filmes domésticos no fim da tarde de domingo, no último dia do Festival, e ela poderia trazer o material para verem se ele estava em bom estado de conservação. Ela deu inúmeras desculpas para não trazer os filmes, que os filmes estavam com fungos, em decomposição, que poderiam pegar fogo... E quando ela me falava uma coisa, eu ia na organizadora da Mostra (Lila) e ela respondia “mas tem que trazer, pois vamos inspecionar e avaliar o estado do filme. Uma coisa é certa, se existir risco, apenas não exibiremos, simples assim, mas temos que ver o filme para poder saber”. Ótimo! Não tínhamos motivos a temer, assim a Andréa venceu a timidez e entregou o filme à Lilá, pedindo para não falar sobre o filme, mesmo porque ela nem sabia o que tinha ali filmado.

O filme que a Andréa trouxe foi o primeiro a ser exibido. Eles, durante o teste, viram o filme e deram até um nome para apresentá-lo: “Festa de Socorro”. Era uma festa junina na cidade de Socorro, no interior de São Paulo, onde não havia nenhum dano de conservação do filme, e a Andréa apareceu duas vezes em frente a câmera, e ela me cochichava durante a sessão. Entre os comentários estava: “Nossa, ele era um grande fotógrafo, não perdeu o foco nenhuma vez, tinha muita noção de luz e operação de câmera”. Depois deste filme, tivemos vários outros, estes comentados durante a exibição pelos donos que herdaram ou pelos realizadores, algo que agregou muitos valores emocionais e históricos aos filmes exibidos. A Andréa disse no fim da sessão: “se soubesse que era assim, teria entregado todos os filmes que tenho pra exibir.” Ela tinha mais 18 rolos.

Esta sessão foi uma das melhores, pois ficou explícito como os registros de Super 8, dos então rotulados “filmes amadores ou domésticos”, têm um domínio de fotografia, direção e estética, que se deve apenas pela intimidade e paixão pelas câmeras. Algo ainda distante de nós iniciantes, alunos e jovens cineastas.
A premiação da mostra competitiva não poderia ser mais justa, fiquei muito satisfeito com os resultados, onde não ganhamos nenhum prêmio dos jurados ou juri popular, mas ganhei inúmeros prêmios dos colegas realizadores, com quem trocamos experiências de processos e que me presentearam com o contato com seus filmes. Volto de Curitiba impressionado com a produção local do Paraná, entre os jovens talentos e o conhecimento de cineastas como Cyro Matoso e Celso Lück Junior, também paranaenses, além dos realizadores de super 8 que estão pelo Brasil. Não podendo deixar de registrar o aprendizado com o argentino Claúdio Caldini, e os filmes estrangeiros que também eram incríveis. As conversas com o projecionista, grande pensador e amante de cinema, Lucas Vega, conversas entre Lila Foster, Rubens Machado Jr., Leandro Bossay, Rafael Urban, Carlos Magno e as confidências trocadas com Manuela.

Volto a São Paulo com o desejo e o impulso de reformar as câmeras de Super 8, projetores dos meus amigos e fazer novos filmes, aplicando todo aprendizado que ganhei neste Festival dos outros realizadores.

Torço para que este Festival continue existindo por muito tempo, pois estar nele foi uma das melhores experiências que tive desde que faço cinema. E o que eu puder fazer para que isso aconteça, eu o farei, e como o Leandro Bossay (coordenador e curador) disse: Isso só é possível com os realizadores fazendo seus filmes. Então façam mais filmes!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Rumo à Curitiba!

O seguinte texto é um relato sobre uma viagem até Curitiba, onde os membros da Corja Andréa e Luma, acompanhadas da amiga Norma, foram prestigiar o Festival Internacional de Cinema Super 8 de Curitiba. Lá encontraram o Edinho, convidado pelo Festival para prestigiar a exibição do curta que dirigiu: Ópera de Arame.

(por ANDRÉA ISEKI)


Rumo à Curitiba!

Luma, Norma e eu, saímos de Santo André às 5:30 da manhã de sábado, confesso que estava ansiosa, meu único contato com o super 8 (formato cinematográfico desenvolvido nos anos 60), eram os filmes que meu pai gravara na minha infância e dos meus irmãos, e em viagens e eventos importantes. Faz tempo, não lembro, vagamente a exibição, não o filme, mas a parede da escada e jujubas coloridas.
Meu amigo, Edinho, insistiu que os levasse, não me agradou a ideias, inventei até que podia pegar fogo, o azar era que a organizadora estava ao seu lado, e logo mandou a pergunta:
- Nossa é de nitrato?
Não, não é de nitrato, e não pega fogo! pensei
Me convenceram, no porta-malas do carro os rolos de filmes, não entedia o incômodo, talvez medo de perder o material. Após 6 horas dirigindo, a conclusão: expor a intimidade familiar numa sala de exibição de um festival internacional, isso é muito pra uma pessoa tímida.

Chegamos ao meio dia, encontramos com o Edinho e a equipe do Festival, na churrascaria Gira Grill, ao lado do Teatro Guairá, bem recebidos por Manuela e Flávio, ambos curitibanos e produtores do festival. Após o almoço, paramos num charmoso café, conversamos um pouco sobre cultura, política, impressões, vida e claro muitas risadas. Seguimos para o Largo da Ordem, na caminhada: apresentações turísticas.
- Lindos! Voltamos ao hotel.

O evento foi no Teatro Caixa de Curitiba com capacidade para 125 pessoas. Os ingressos eram distribuídos com uma hora de antecedência, segundo o Edinho, muitos ficaram pra fora no primeiro dia, pelo simples fato de que o responsável pelo teatro Caixa, não permitia assistir a mostra em pé, nem sentado nas laterais ou nos corredores, como acontece aqui em São Paulo.
- É! E a formação de público, Caixa?!

Enfim, lá estávamos no segundo dia do festival, era o nosso primeiro! Obaaa!!

O que me surpreendeu foi a quantidade de superoitistas, a seriedade dos trabalhos e o melhor, o barulho do projetor na sala, comandada por Lucas Vega com suas luvas brancas, que às vezes gritava: - Acende a luz que o filme saiu! - A banda de Áudio descolou! - O projetor sujou! Preciso rebobinar! E o mais incrível, todos estavam curiosos e a sala observa em silêncio o cuidadoso trabalho artesanal, a arte de projetar!

Sinceramente, não tinha idéia da diferença do super 8 com o single 8.

Após a sessão dos filmes de Cláudio Caldini, detalhe, originais. Hoje eu quero estudar mais, dirigir um curta em super8. Me lembrei da época em que trabalhava em um laboratório fotográfico preto e branco e das grande possibilidades de efeitos, das experiências, dos estudos, e do dia que fui a exposição da fotógrafa Claudia Jaguaribe com obras de múltipla-exposição, da câmera pendurada no elástico, e das loucuras que também um dia pensei!
- Gente, apaixonei!!

E sabe...mudando de assunto, mas não menos importante! Fomos comer no Parangolé! A noite finalizou com cerveja gelada e uma maravilhosa e suculenta lasanha de funghi! Ah, Curitiba, você me conquistou!!

No dia seguinte... hum, acho que eu não vou contar o que aconteceu, assumo a culpa! Quer dizer, não aconteceu nada. O dia foi legal, bacana, o céu estava azul, conhecemos o museu Oscar Niemeyer, e é claro eu tinha que comprar os meus biscoitos prediletos. São de nozes, especiais e só tem lá longe, no Bosque do Alemão! Se vocês acharem na feirinha do Largo da Ordem lá no centro, não, não são os mesmos! Mesmo que você tenha uma Norma que insiste dizer que são sim, os mesmos!!

Enfim o Home Movie Day, no começo me senti insegura, mas agora, acho genial a idéia de reunir filmes caseiros de anônimos para exibir. É uma conscientização de valores, culturais e históricos que esses filmes possuem. Aqui entre a gente... chorei pouquinho, por dentro! Observei as expressões da organizadora Lila, seus os olhos brilhavam, as pessoas deste evento trabalham movidas de paixão...
Acho que posso definir o Home movie day, com a mesma resposta que dei há mais de quinze anos.
- O que é ser fotógrafa?
- É conseguir anos mais tarde, te descrever fielmente um fato, sem esquecer nenhum detalhe!
Essa é a minha impressão sobre o Festival que pretendo participar sempre!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Premiados na sexta ediçao do Festival Internacional de Cinema Super 8 de Curitiba

(por ANDRÉA ISEKI)

O encerramento do Festival Internacional de Cinema Super 8 de Curitiba aconteceu no último sábado (24). É a sexta edição do evento, que é organizado pela equipe do Curta 8 com coordenação e curadoria de Leandro Bossy, e a primeira edição do Home Movie Day ( “Dia do Filme Caseiro”), organizado por Lila Foster.

Foram três dias de programação, divididos em Mostra Competitiva de Filmes em Tomada Única, Mostra Competitiva de Filmes Montados em Película, Mostra Competitiva de Filmes Finalizados em DVD, Home Movie Day e exibições dos curtas dos cineastas Cláudio Caldini de Buenos Aires, Cyro Matoso do Paraná e do fotógrafo brasileiro Celso Luck Junior.

Segue a lista dos premiados:

Melhor filme estrangeiro
6 poemas, de Isabelle Wuilmart (Bélgica)


Melhor Filme júri oficial finalizado em vídeo
Supermemórias , de Danilo Carvalho (CE-Brasil)


Melhor Filme Júri Popular e Montagem em Película
Filhos da Puta, de Gil Baroni (PR-Brasil)


Melhor Filme Tomada Única Júri Oficial e Melhor Atuação
Iaia et Leni, de Eugenia Castello (PR-Brasil)


Melhor Fotografia
Teia , de Jessica Candal (PR-Brasil)


Melhor Sonorização e Produção de Arte
Eleonora, de Denise Soares (PR-Brasil)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Revitalização do Carlos Gomes ainda é incerta e preocupa cineastas locais

Publicado em: 25/10/2010 18:10
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Faltando apenas dois anos para completar seu centenário, o projeto de reforma para abrigar um centro cultural não teve início

GABRIELA GONÇALVES, JARIZA RUGIANO, MARINA MACIEL

O número de cinemas de rua diminui com as salas anexadas aos shoppings, onde há maior oferta de entretenimento. No ABC, devido à falta de investimentos em infraestrutura e segurança, não há mais nenhuma sala de projeção fora de centros comerciais. Além de filmes com melhor qualidade de resolução e tecnologia da imagem (3D), no comércio fechado as pessoas também podem realizar outras atividades, como compras em praça de alimentação e lojas, o que tornou as grandes salas mais atrativas.

O cine-teatro Carlos Gomes, no Centro de Santo André, ilustra essa situação. Fundado pelo Conde Vicente Arnaldi, em 1912, na rua Coronel Oliveira Lima, o cine-teatro foi transferido para seu atual endereço, na rua Senador Fláquer, em 1925. Como outros cinemas do ABC, teve sua decadência nos anos de 1980, quando passou a exibir filmes adultos. Logo foi vendido para uma loja de tecidos e, em seguida, para um estacionamento. Em 1992, o espaço foi tombado e adquirido pela prefeitura da cidade. Desde 2008, o local está fechado pela Defesa Civil por possuir problemas de infiltração, na parte elétrica, nos banheiros, segurança ineficiente, falta de saída de emergência e de acessibilidade para deficientes.

Apesar destes problemas, o projeto de revitalização do Carlos Gomes segue há 11 anos com propostas incertas de continuidade, desde a administração de Celso Daniel até o atual governo de Aidan Ravin.

Em entrevista concedida há dois meses para o jornal Diário do Grande ABC, o secretário Edson Salvo Melo declarou que a reforma poderia começar no início de 2011 com custo estimado em até R$ 2,5 milhões. A intenção, segundo o jornal, era conseguir parceria com a iniciativa privada para o local abrigar um centro cultural relacionado ao cinema e ser sede da Orquestra Sinfônica de Santo André e da Escola Livre de Cinema e Vídeo (ELCV), além de ministrar outros cursos.

A assessoria de imprensa da secretaria de Cultura da cidade, no entanto, não confirma a informação e diz não haver demanda para o plano de reforma do cinema, evidenciando que a obra está parada.

Na opinião de três cineastas do coletivo Corja Filmes, formados pela ELCV e que tiveram aulas no Carlos Gomes, os antigos cinemas alternativos do ABC continuarão ocupados por igrejas e bingos.

“Quando foi fechado, não foi nem comunicado aos alunos que estávamos mudando de endereço. Está do jeito que foi fechado, inclusive com nossos objetos das produções, como tapete, vaso, arara de roupas”, contou Edson Costa, formado em 2009. Costa também lembra que o atual secretário da Cultura se comprometeu, por meio de reuniões com os alunos quando assumiu o cargo, que iria voltar com a sede da ELCV no cine-teatro depois da reforma.

Hoje, a ELCV fica na Chácara Pignatari, na Vila Metalúrgica. O acesso é mais difícil por ser mais distante do Centro, onde há transporte por meio de trens e ônibus para o restante do ABC e São Paulo.

Os profissionais da área também se preocupam com uma eventual elitização do local, caso o projeto seja realmente tocado pela administração da cidade. “Todos os boatos mostram que não será um espaço popular. Se vier um acionista que irá transformar o cine-teatro em um Alfa, não vamos ter acesso. Se vier a sede da Orquestra Sinfônica nos moldes da Sala São Paulo, o ingresso ainda estará lá em cima. Eles não pensam no produtor cultural da cidade”, declarou Costa.

A troca de governos é um dos motivos pelos quais os projetos não são finalizados, desencadeando uma série de ideias que após quatro anos entre aprovação e contatos com patrocinadores não são concluídas. “Mudou a prefeitura, a proposta acabou”, contou Ângelo Szamszoryk, estudante de cinema que fez parte da turma de transição do Carlos Gomes para a atual sede.

Os cineastas consideram importante a contemplação tanto do cinema como das artes cênicas, dança e música para formar um centro cultural rico na cidade, como argumentou Costa. “Quanto mais englobar, mais efervescência cultural vai ter. Santo André tem problema na formação de público, mas não de produção”, avalia.

O desejo de retornar por parte dos alunos é grande. “A nova turma de alunos não teve nenhum contato com o Carlos Gomes e a gente da turma anterior fica com muita vontade de voltar”, afirmou Ângelo. Os alunos reclamam por não saber sobre o andamento dos projetos de revitalização. “Ninguém sabe o que está acontecendo de fato. Se questionar se há investimento, a gente não sabe. O Carlos Gomes foi citado como uma possível volta messiânica”, completou.

A cineasta Luma Reis também reforçou a ideia da falta de uma rota central cultural no ABC. Ela mostrou ceticismo quanto à revitalização, lembrando do projeto Corredor Cultural, até hoje não realizado. “O corredor iria ligar a UFABC (Universidade Federal do ABC) até o Centro por um túnel subterrâneo, e com uma saída até o Carlos Gomes. Foi um projeto que, se tivesse fomentação e iniciação pública, seria incrível”, disse.

Os três cineastas já gravaram filmes no Carlos Gomes e sentem falta de espaços para chegar ao público. “Uma hora precisamos saber onde é que os filmes serão exibidos. Cineclube é uma ótima forma para exibição, mas não alcança público como uma sala específica. No Brasil, a sala de distribuição pública é a saída”, afirmou Ângelo. “O último filme que eu dirigi, gastei R$ 100 e circulou por cinco festivais, mas, em Santo André, não tem onde exibir”, disse Costa.

Adesão pública - Questionados sobre a pesquisa divulgada pela Folha de S.Paulo na última quarta-feira (20/10), em que 60% da população da capital paulista não tem interesse por cultura, como cinema e teatro, Ângelo confrontou. “Dou aula de cinema para um público que não tem predileção a cultura nenhuma. Quando eu pego um filme que o expectador médio gosta, eles dormem. Se a pergunta fosse ‘qual é o tipo de cultura que você se interessa?’, a resposta seria outra”, acredita.

Os três reconheceram a necessidade de apoio do poder público. Edson garante a vontade do grupo em produzir longas e curtas para a população andreense. “Não queremos fazer filmes para ficar na estante, queremos outras forças de realizadores ou dos que estão começando. A gente tem desejo de passar isso adiante, não queremos para a gente, queremos para todos”. Para isso, eles têm parcerias com outros grupos da ELCV, como o Cinestésicos e o Cinema de Guerrilha.

Eles concordaram, também, que o cine-teatro Carlos Gomes seria o lugar mais propício da cidade para a apresentação de seus trabalhos. “É uma nova cena de cinema independente brasileiro, em que predomina a praticidade, sem foco principal na estética, desempenhando com rapidez e de baixo custo. Mas a população tem que requerer isso também”, afirmou Ângelo.

Tempos de glória - O antigo cinema tem capacidade para 680 expectadores, mas atualmente sua fachada serve apenas como ocupação da feirinha de artesanato da rua. Antes palco para exibição de produções da Companhia Vera Cruz, de São Bernardo, das comédias de Mazzaropi e de apresentações musicais, o Carlos Gomes era conhecido pela 'Sessão do Amendoim', na qual os rapazes consumiam o petisco que era vendido na porta.

OBS: No link da matéria há cobertura também em video.


http://www.metodista.br/rronline/noticias/entretenimento/2010/10/revitalizacao-do-carlos-gomes-ainda-e-incerta-e-preocupa-cineastas-locais

Nostalgia em Super 8

Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC

Em tempos em que a tecnologia tem atraído a atenção do mundo do cinema, ainda há espaço para nostalgia. O diretor Edson Costa deixou de lado a alta definição para apostar na película com o curta-metragem Ópera de Arame (2008), selecionado para fazer parte da programação deste ano do Festival Internacional de Cinema de Super 8, em Curitiba. As atividades do evento começam amanhã, com a sessão do filme ocorrendo na noite de abertura como parte da mostra competitiva.

"O diferencial do festival é que ele é muito focado. Vamos exibir para quem conhece o Super 8 e trocar experiência com quem trabalha com ele. Não será apenas uma exibição", diz o cineasta paulistano. O curta é um projeto da Corja Filmes, núcleo independente de realizações audiovisuais de Santo André, da qual Costa faz parte desde 2007.

Ópera do Arame nasceu em 2008 como trabalho de conclusão de curso dos então alunos da Escola Livre de Cinema e Vídeo de Santo André. A proposta de filmar em Super 8 logo foi aceita pelos estudantes. "Chegamos ao formato pela curiosidade. Todo o filme foi construído para esse estilo de filmagem", explica o formando da turma três da entidade. "A experiência fez com que nos apaixonássemos pela técnica e ainda mais pelo cinema."

Gravado em três dias em São Bernardo - devido ao aluguel dos equipamentos -, o curta toma como ponto de partida as complicações dos relacionamentos. Um casal vive junto, mas a dura rotina faz com que quase não tenham contato um com o outro. O fim da união entre eles marca o início da quebra da rotina para tentarem ficar mais próximos do que nunca. Com apenas quatro frases e pouco mais de dez minutos de duração, Ópera de Arame foi finalizado no ano passado e já circulou por alguns festivais nacionais. Apesar de ter sido gravado em Super 8, a edição foi feita em sua versão digitalizada.

O papel de diretor chegou até Costa por meio do rodízio de funções que caracteriza o núcleo audiovisual. Segundo ele, seu argumento e roteiro acabaram prevalecendo e a direção se tornou algo natural. "Eu cozinhei, lavei louça e fiz outras funções, mas tive maior espaço para criar."

A experiência em lidar com película fez com que valorizasse mais esse tipo de produção. Ao contrário do meio digital, no qual é possível ver o material e regravar quantas cenas forem necessárias, o projeto não abriu margem para falhas. "Não podíamos errar o que seria feito porque comprometeria o filme inteiro. Quando víamos que a filmagem tinha funcionado era um grande alívio", revela Costa.

A novidade do contato com o Super 8 agradou e o diretor tem projeto para ser filmado no formato no ano que vem. "O filme foi um grande aprendizado para todos os envolvidos. Hoje sabemos que temos a capacidade de filmar em película", afirma. O resultado satisfatório com o curta-metragem confirma isso.

http://www.dgabc.com.br/News/5835996/nostalgia-em-super-8.aspx

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ópera de Arame estará no Festival Curta 8

O Curta-Metragem Ópera de Arame, uma produção da CORJA FILMES, dirigido por Edson Costa estará no Festival Curta 8 - Festival Internacional de Cinema Super 8 de Curitiba.
O Curta 8, único do gênero no Brasil, chega à sua sexta edição e ocorre de 22 a 24 de outubro no teatro da Caixa Cultural Curitiba: Rua Conselheiro Laurindo, 280 - Centro.

Confira fotos do curta Ópera de Arame em: Bastidores


sexta-feira, 16 de julho de 2010

"Desvios" - Compositores e Seus Caminhos estréia neste fim de semana no ABC

Santo André tem mais uma estréia marcada para este fim de semana. Desvios - Compositores e Seus Caminhos, videodocumentário produzido pelos alunos da Escola Livre de Cinema e Video (ELCV) e da Resistência Filmes para o projeto Santo André Documenta, será exibido neste sábado (17), a partir das 16h30, no Auditório do Paço Municipal da cidade. A entrada é gratuita.


O documentário retrata a trajetória de músicos andreenses que buscam mostrar sua arte nos bares do ABC. Desvios traz entrevistas com o cantor e compositor Kleber Albuquerque e Rita Maria, produtora e idealizadora do projeto Encontro de Compositores, que é apresentado às terças-feiras no Bar Tupinikim, em Santo André. Kleber e Rita falam do cenário musical e cultural do ABC, de cantores, compositores e artistas independentes da cidade e região, e de sua luta para serem reconhecidos.

A equipe de Desvios é formada por Jamile Tasso Gomes, Juliana Robim, Oubi Inaê Kibuko (Corja Filmes e Tela Preta Produções), Rubens (Nê) Viana, Solange Plensack Viana e Thiago Pinheiro Ursulino.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

"O terrorista" estréia no sábado (17) em Sto. André

Parafraseando Racionais MC's: quem não tem aqueles dias de raiva por dentro, a caminho do centro? Quem já não saiu bem cedo a procura de emprego ou de um lugar ao sol, andou toda a cidade e retornou com as mãos abanando? Quem já não pensou em algum momento da sua vida já não se sentiu desesperançado, nada mais pareceu ter sentido e pensou em partir para o tudo ou nada ao constatar que não tem nada a perder?

Um grupo de alunos da ELCV - Escola Livre de Cinema e Video de Santo André - levantou questões semelhantes e criou o curta-metragem O Terrorista, que será exibido no auditório do Paço Municipal de Santo André, neste sábado (17), a partir das 19h. A entrada é franca.

Com roteiro de J.M. Estrada, produção Coletiva e direção de Elaine Paiva, Gislaine Camila e Juliana Robim, o filme resulta de uma proposta por parte do corpo docente e coordenação da ELVC para colocar em cena histórias ficcionais ou documentais tendo a cidade de Santo André como cenário.

O desafio foi aceito pelos alunos e agora só resta você, caro espectador, ir conferir esta produção que tem Still e foto-divulgação de Oubí Inaê Kibuko, membro da Corja Filmes.



Serviço: Auditório Municipal Heleny Guariba - Teatro Municipal de Santo André - Praça IV Centenário, s/nº, Centro.

Curta “De Touca” é lançado em Santo André

Neste sábado (17), será realizado o lançamento do curta-metragem De Touca no auditório do Paço Municipal de Santo André, às 19 horas.

A produção, dirigida e escrita por Oubí Inaê Kibuko, conta a história de um transeunte “de terno” (André Bubman) que é abordado na rua por desconhecido homem “de touca” (Jefferson Matias) que lhe cobra uma dívida. A história é livremente baseada no conto “O Homem de Touca” do escritor Marcio Barbosa e o trabalho busca uma reflexão transversal sobre invisibilidade humana, violência, exclusão e paranóias urbanas nas grandes cidades.


Foto: Thiago Favero

O curta nasceu de uma parceria entre a turma 4 e a coordenação da Escola Livre de Cinema de Santo André (ELCV) e a locadora de equipamentos de cinema Inspi(RED). As gravações aconteceram no começo do ano e o material foi captado por uma câmera RED ONE, considerada equipamento de ponta na área do audiovisual.

De Touca inaugura um sonho e propósito do diretor Oubí Inaê Kibuko em levar obras de autores afro-brasileiros contemporâneos e periféricos para as telas, do curta ao longa-metragem, na medida em que estas se mostrarem viáveis em termos de roteiro e produção, e seus autores autorizarem que elas sejam, sem censuras e patrulhas, submetidas a tratamento audiovisual, como a linguagem do cinema requer.

Entre os membros do elenco e da equipe técnica estão alunos da ELCV, assim integrantes dos grupos Corja Filmes, como o diretor Oubí, e Cinestésicos. Suporte técnico foi oferecido pela Inspi(RED).

terça-feira, 13 de julho de 2010

"Papo de Boteco" - Trailer completo



Confiram o trailer de Papo de Boteco, novo longa-metragem marginal com concepção fílmica do cineasta Diomédio Piskator. Em breve, nos cinemas e cineclubes.